Em uma palestra à GDC (Game Developer Conference), Catharina Mallet, vice presidente da Maxis, falou sobre o objetivo em priorizar a diversidade nas contratações de desenvolvedores, como isso pode ser positivo, e demonstrou os reflexos desse fato nas recentes atualizações dentro do The Sims 4.
Mallet cita com orgulho que a Maxis é completamente livre de barreiras para contratações, não há impedimentos para gênero, cor ou orientação sexual, e provém um “trabalho remoto-friendly”, quando necessário. Todo esse debate sobre a diversidade como um foco da empresa vem acompanhado pela consideração das vozes dos funcionários, que a todo momento são citadas, tal qual uma propaganda para os novos talentos.
O discurso da diversidade foi se justificando para demonstrar o jogo ao público da palestra, expondo que as últimas grandes atualizações incorporaram ao game recursos inovadores e importantes para ampliar a representatividade no game, citando por exemplo, os pronomes modificáveis (disponível apenas em algumas idiomas).
“The Sims 5”
Aos exatos 27:33 minutos da conferência, Catharine muda o tom para uma fala inspiradora sobre o futuro. Ela diz: “– Estamos construindo algo grande e ambicioso. Estamos empolgados e apaixonados pelo que está por vir; e está nos levando a examinar como construímos nossas equipes e como inovamos para o futuro. E tudo isso significa que estamos aproveitando o momento para refletir sobre nossa cultura, pensar em como trabalhamos neste mundo pós-pandemia e aproveitar as mudanças ocorridas nos últimos anos. Estamos há 21 anos nessa franquia e estamos apenas começando!” (tradução nossa).
As últimas informações mais concretas apontam que um sucessor do The Sims 4 está em produção neste exato momento, e, considerando o evento e o discurso de Mallet como um todo, podemos esperar que o “The Sims 5” chegará munido de recursos complexos e finalizados, voltados para a diversidade; como os pronomes modificáveis, demarcações de orientação afetiva e sexual, todas as tonalidades de pele, corpos livres de barreiras para a escolha de roupas e formatos… enfim; tudo que o The Sims 4 está aprimorando aos poucos, poderá servir de pesquisa para que o “The Sims 5” solidifique na franquia um novo patamar de inclusão, desde o seu jogo base no lançamento.
Ficamos na expectativa, porém, de uma ampliação na representação de todos os tipos de pessoas. É evidente que os esforços da Maxis para a diversidade é gloriosa, no entanto, ainda há por exemplo um apagamento por completo de pessoas com deficiências físicas e/ou cognitivas; e isso já foi cobrado por diversas vezes no decorrer dos lançamentos. É claro, também, que isso seria uma adição radical, que depende de muitos recursos estruturais dentro da programação de um Game-Sims; somente um projeto realmente “grande e ambicioso” poderá alcançar esse nível de representatividade.
